novembro 08, 2012

Estação Vila União


 Por: Gabrielle S. Guerreiro


Dando continuidade ao exercício de localização e análise das estações do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que tem por fim divulgar o projeto do VLT, neste poste trataremos da estação “Vila União”, localizada perto do antigo terminal do Aeroporto Internacional Pinto Martins.
Na primeira parte do exercício, foi identificado o projeto da estação pelo Estudo de Impacto Ambiental/ Relatório de Impacto Ambiental (EIA-RIMA), disponibilizado AQUI. Uma vez que foi identificada, seu formato e sua localização estão disponíveis em formato KML (Arquivo Google Earth) para quem quiser baixa-la e visualiza-la.
Na segunda parte, foram produzidos alguns mapas, dos quais pude concluir:
Mapa 1 - Imagem GoogleEarth

Mapa 2
1) Observando o Mapa 2, nota-se que as avenidas mais próximas à estação são: Lauro Vieira Chaves e Luciano Carneiro. Apesar de estarem bem próximas, ainda estão fora do alcance de 500 metros de distância, definida como uma distância máxima razoável para deslocamentos a pé. Com relação à mobilidade, percebe-se que dentro do raio de caminhabilidade, passam somente três ônibus: Vila União, Opaia/Lagoa 1 e Corujão/Aeroporto/Centro/ Rodoviária. Por fim, podemos ver que a estação irá ser posicionada em cima de uma área edificada (Mapa1-B), forçando seus residentes a saírem do local.
Mapa 3
2) Ao se observar o Mapa 3, nota-se que a estação está localizada entre duas regiões densas (99,01 – 109,5 residências por hectare), porém seu raio de caminhabilidade também abrange áreas menos densas (9,601 – 34,25 residências por hectare). Isso leva a crer que a estação privilegia ambas as regiões, não tendo dado preferência a nenhuma. Podemos perceber também que o posicionamento da mesma dá acesso a uma maior quantidade de pessoas do que daria se estivesse posicionada em outro local da via férrea.
Mapa 4
3)  Quanto a escolaridade, observada no Mapa 4, vemos que a estação está situada entre dois setores distintos: um acima, com porcentagem de alfabetização entre 90,8% e 100%; e outro logo abaixo, com porcentagens entre 72,4% e 81,5%. O alto nível de escolaridade acima da estação decorre possivelmente por essa área possui uma melhor acessibilidade ao centro e por ela ser mais valorizada. Atualmente, o trilho em si já constitui uma barreira que impede que o setor inferior tenha um melhor acesso ao centro. Posteriormente, com a construção da estação, essa situação poderá piorar, uma vez a região será murada ou gradeada. 


Analisando os mapas e as conclusões acima, poderia observar que talvez se a Estação estivesse localizada mais para o sudoeste do mapa (Mapa1 - A), a situação descrita anteriormente poderia ser amenizada, sem que grandes modificações ocorressem (como o deslocamento da estação):

  • A estação estaria mais perto de Avenidas importantes, facilitando o escape das pessoas que sairiam do VLT.
  • Por ser uma área vazia na cidade, menos casas necessitariam ser reassentadas, assim preservando as pessoas que moram no local.
  • Por estar perto de avenidas, a quantidade de ônibus que circularia pelo raio de caminhabildade seria maior, passaria de 3 para 9 meios de transporte público.



Porém, apesar dessa movimentação trazer alguns benefícios, deve-se considerar que:

  •  O local onde a estação está atualmente localizada permite acesso a uma maior quantidade de pessoas do que permitiria em outro ponto da via férrea. Já que, se deslocado para sudoeste, seu raio de caminhabilidade cobriria setores com menor densidade.
  • As estações devem ser equidistantes uma das outras. Assim, ao se modificar a localização de uma (no caso a do Vila União), todas as outras teriam que ser relocadas, o que nem sempre poderia causar impactos positivos.
  • Tal mudança não resolveria, nem amenizaria o isolamento da região abaixo da estação, pois a colocação de muros ou grades ao longo da linha férrea ainda existiria, possivelmente aumentando as condições de isolamento dos grupos populacionais localizados nessa área.



Outras estações:

Todos os dados utilizados na construção da imagem foram obtidos na Base de Informações do Censo Demográfico de 2010, disponibilizados no site do IBGE

Comentários