junho 05, 2020

Oficinas para definição de Parâmetros Urbanísticos na ZEIS do PICI



Em Outubro de 2019,  os bolsistas do ArqPET que integravam a equipe técnica do PIRF-UFC participaram da organização e da realização de uma serie de oficinas participativas com o objetivo de definir junto com os moradores os parâmetros urbanísticos da ZEIS do PICI. Quatro locais foram escolhidos pelos Mobilizadores e Conselheiros como estratégicos para facilitar o deslocamento de moradores, considerando a distância das casas e os conflitos de limites territoriais internos) e a necessidade de contemplar as diferentes ocupações (Planalto do Pici, Fumaça, Entrada da Lua e Feijão):

- Oficina 1. Local: Associação de Moradores do Campus do Pici - AMOCAP, Rua 23 de Março nº 10.  Data: 14 de outubro de 2019. 

- Oficina 2. Local: Espaço Cultural Frei Tito de Alencar - ESCUTA, Rua Noel Rosa nº 150 Data: 15 de outubro de 2019.

- Oficina 3. Local: Escola Adroaldo Teixeira Castelo, Rua Alagoas nº 2267. Data: 16 de outubro de 2019. 

- Oficina 4. Local: Escola Municipal Júlia Giffone, Rua Coronel Matos Dourado, nº 1349. Data: 18 de outubro de 2019.

Dada à necessidade da realização das oficinas nos turnos da noite (fora do horário comercial e de trabalho da maioria da população), no intuito de contar com a participação de um maior número de pessoas, os mobilizadores e conselheiros da ZEIS solicitaram que as oficinas não durassem mais de 2 horas. O tempo limitado, diante da complexidade do tema a ser trabalhado, tornou necessário eleger parâmetros prioritários a serem discutidos. Estes foram: área mínima do lote; testada mínima do lote; gabarito máximo da edificação.

A oficina foi dividida em três momentos diferentes: a) apresentação da temática para os presentes; b) aplicação de dinâmica em grupo e pactuação prévia de valores para cada um dos parâmetros; c) explanação dos valores previamente acordados pelos grupos e discussão aberta para pactuação dos valores finais da oficina.

 

Esta série de oficinas contou com participação total de 65 moradores votantes (25 + 17 + 23), alem dos Mobilizadores e Conselheiros presentes e os 50 participantes não votantes presentes na oficina 03 que possuiu um caráter mais informativo. Para além dos números, o processo de diálogo dos moradores com os membros da equipe técnica apresentou resultados de grande impacto social. Consideramos que atingimos o nosso objetivo de sensibilizar a população quanto à necessidade de regras de controle urbanístico adequadas à realidade local. 

Vários dos problemas urbanos hoje sofridos pelos moradores poderiam ter sido evitados, caso estas regras tivesses sido definidas e aplicadas desde o inicio da construção dos assentamentos. A questão da subdivisão dos lotes por exemplo, era uma tendencia sempre relatada pelos moradores durante as oficinas. Eles passaram a compreender que esta prática reduz as possibilidades de abertura de janelas e piora a condição de habitabilidade das famílias. Estes diálogos sobre a relação da qualidade do ambiente construído e suas praticas de transformação cotidiana foram mediados por artefatos produzidos no Departamento de Arquitetura, como Maquetes física de uma casas representativa do local, Impressão em papel vegetal das estimativas de casos que atendem aos parâmetros discutidos, que utilizou as técnicas de modelagem urbana, e um jogo de peças de mobiliário e plantas de lotes em escala para sensibilizar os moradores sobre a relação da qualidade da moradia com os parâmetros urbanísticos discutidos. 

 

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