novembro 20, 2017

Pesquisa PET: Modelagem da Informação

“O essencial é saber ver”
Alberto Caeiro

por Hosana Fernandes e Juliana De Boni

As inovações tecnológicas, transformações nas relações sociais e a pluralidade de situações impõem novas variáveis e demandas à atividade de planejamento urbano, estabelecendo uma base para um novo paradigma. Não se pode mais pensar a cidade desconsiderando aspectos interdisciplinares, cenários intermediários e futuros e a sociedade. Considerando essa complexidade, novos dispositivos surgem como suporte ao planejamento urbano. Podemos citar, de acordo com ASCHER, alguns desafios em que se deparam dos novos planejadores da cidade: elaborar e manejar projetos urbanos em um contexto incerto, integrar os novos modelos de resultado, adaptar a cidade às diferentes necessidades, conceber os lugares em função das novas práticas sociais - buscando equidade- e muitos outros.

Ciente disso, o grupo de Modelagem da Informação do ARQPET trabalhou ano passado (2016) com o estudo teórico de questões da Modelagem da Informação, através de revisão bibliográfica e publicação de um artigo sobre as novidades no processo de planejamento urbano intitulado “Elaborando uma terminologia útil à práxis do CIM”, apresentado no IV Enanparq 2016 - Porto Alegre, RS. Neste ano, 2017, o foco é trabalhar novas formas de representar a cidade e suas dinâmicas, através da proposição de um SIMIC (Sistema Integrado de Modelagem da Informação na Cidade) integrando modos de representar que vão desde o armazenamento e análise de dados até a representação gráfica e tridimensional destes. O objetivo é se apropriar das diversas formas de modelar a informação - dado que os urbanistas têm de lidar com uma grande quantidade destas - e, quanto melhor sistematizados, mais adequados ao planejamento; e aperfeiçoar sua representação em mapas e modelos.

Com isso, a pesquisa avança para a criação um banco de dados, onde estes poderão ser tratados e filtrados, com a possibilidade de ter uma plataforma integrada e de consulta aberta para os alunos da universidade. Dessa maneira seria mantida a integridade dos dados no que diz respeito ao armazenamento e atualização automática da informação entre os diversos usuários, evitando arquivos duplicados que podem eventualmente prejudicar a compatibilidade com a realidade ao longo das etapas de projeto. Uma aplicação deste foco nas aplicações do Banco de Dados foi o recente auxílio que o grupo forneceu a uma mestranda, que precisava espacializar itens organizados em tabela num mapa, a fim de melhorar a leitura, facilitando as etapas de diagnóstico, análise e projeto.

Diagrama elaborado por MOREIRA, atualmente mestrando da UFC, que pretende ilustrar
as relações entre as plataformas e suas interfaces.

Ademais, depois dessa fase de consulta e organização dos dados em tabelas, a pesquisa contempla a modelagem 3d da cidade, onde é possível trazer a informação contida nessas tabelas para a plataforma de desenho (CAD). Tornando, assim, o exercício do planejamento urbano uma ferramenta de análise real e espacial do espaço através da interação das tabelas, do CAD e de um programa de modelagem paramétrica.
Em breve falaremos mais sobre esses avanços, nos acompanhe!

FONTES:
ASCHER, François. Os novos princípios do urbanismo. RG Bolso 4. São Paulo, 2010.
MOREIRA, Eugênio. 2017 (à publicar)

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