julho 08, 2014

Apresentação da proposta de intervenção urbanística na Lagoa da Viúva – Grande Bom Jardim

     Por Ingrid Pitta, Ingrid Soares e Sophia Montenegro 


   
   Em primeiro de julho deste ano, as alunas Gabriela Fontenele, Larissa Correia, Stephanie Silva e Thaís Fontenelle, bolsistas do ArqPET UFC, apresentaram uma proposta de intervenção urbana na Lagoa da Viúva, localizada no Grande Bom Jardim. Com a presença de uma representante da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (SEUMA) Thaís Holanda - Gerente da Célula de Planejamento e Gestão dos Sistemas Naturais, Coordenadoria de Políticas Ambientais - e membros de diferentes comunidades locais, as bolsistas expuseram um diagnóstico da área e uma proposta de intervenção urbanística na sede do Centro de Defesa da Vida Hebert de Souza (http://www.cdvhs.org.br/). 
    O trabalho foi desenvolvido como produto final da disciplina de Projeto de Arquitetura da Paisagem, acompanhado pelo professor Ricardo Bezerra e professor Newton Becker no semestre 2014-1. Ele responde a uma solicitação dos membros da comunidade do Bom Jardim ao ArqPET, para estudar a situação do entorno da Lagoa da Viúva (https://drive.google.com/open?id=0B5hNgrng3fzQOGZ4b0pieXNla1U),um corpo hídrico próximo aos conjuntos habitacionais destinados as famílias reassentadas do projeto de reurbanização do rio Maranguapinho.
   Em um primeiro momento os moradores presentes no encontro falaram de suas experiências pessoais referentes as lagoas do Grande Bom Jardim. Por esses relatos, pudemos perceber a importância desses corpos hídricos para cada um e a preocupação unânime da população em relação a conservação desses espaços. Para eles, as lagoas são áreas de convivência social e reflete as experiências de suas infâncias, quando esse contato ainda era possível. Aos domingos, por exemplo, muitas famílias se reúnem para fazer piquenique e tomar banho nas lagoas. Contudo, alguns moradores mostraram-se receosos quanto a ocupação indevida da área, quanto a possibilidade de aterro das lagoas devido à valorização da localidade e interesse do que eles chamam de grileiros. Contam ainda, que diversas comunidades existentes hoje em dia se assentaram em terrenos aterrados onde antes existiam lagoas, ou baixios. 
   Após o relato dos moradores, as bolsistas apresentaram o estudo urbanístico realizado. Por meio desse, pode-se perceber que a urbanização da área vem ocorrendo rapidamente nas últimas décadas e, que caso não haja uma intervenção no local, as áreas ambientalmente frágeis podem vir a ser ocupadas trazendo danos ao meio ambiente e a população local, o que nos leva a uma urgência em lutar por estes espaços. Esta urgência fica particularmente caracterizada quando o trabalho expôs a situação de outras lagoas de Fortaleza em áreas mais consolidadas da cidade. Nos casos apresentados, a ausência de intervenção urbanística contribuiu para a ocupação indevida das margens, quebrando a relação da cidade com o espelho d'água. 
   Recentemente o poder público municipal criou oficialmente um Parque Urbano para cada uma das Lagoas analisadas, através da emissão do Decreto No 13.284 de 14 de janeiro de 2014, publicado no Diário Oficial do Município no dia 21 de janeiro de 2014. Entretanto, embora o decreto enfatize o dever do Poder Público em proteger o meio ambiente e implementar infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e atividades educacionais e culturais ao ar livre em áreas urbanas, a área delimitada como Parque não permite a instalação desta infraestrutura, pois a mesma se limita ao território correspondente á ZPA - Zona de Proteção Ambiental instituída pelo Plano Diretor de Fortaleza, e pelo Código Florestal (APP). 
   Diante desta situação nas outras lagoas da cidade, as alunas apresentaram uma proposta alternativa para a Lagoa da Viúva. Sua proposta busca suprir as necessidades de equipamentos urbanos nas margens do corpo hídrico ainda preservadas, limitando as intervenções aos espaços localizados entre a ZPA e o sistema viário existente. Dentro dessa área de parque haveriam diversos equipamentos públicos, como pista de cooper, anfiteatro, mirante, horta comunitária, etc., possibilitando, dessa forma, a preservação desse espaço ambientalmente frágil, a utilização e sua valorização pela população.



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