abril 23, 2014

Observações sobre a reunião entre a rede DLIS do Bom Jardim e a HABITAFOR

Por Isabela Castro

Estive na quarta-feira (dia 17/04) com a Carol Barros (aluna da UFC que está produzindo seu TFG na região em questão) na reunião das redes de líderes comunitários e moradores do Grande Bom Jardim com a HABITAFOR. O encontro estava previsto para ocorrer às 14h. Chegamos lá às 14h20, e ainda não havia começado.. Uma grande parte dos moradores já se encontrava no local, alguns outros estavam se congregando ao evento, e o Rogério - uma das principais lideranças que luta em prol dos direitos e melhorias estruturais da zona -  falava ao microfone sobre os objetivos daquele evento. Haviam representantes de várias comunidades do Grande Bom Jardim (Marrocos I, Marrocos II, Nova Canudos, Paes, etc.), e o clima era de expectativa em relação à chegada da presidente Eliana Gomes.

Às 15h20, chegaram 03 representantes da HABITAFOR informando que a presidente não poderia comparecer ao evento, devido à ocorrência de uma invasão em um conjunto habitacional localizado no Itaperi, na madrugada de terça-feira para quarta-feira. Esses representantes se desculparam, disseram que não era falta de interesse ou de compromisso, mas que havia surgido uma causa maior e pediam que a população entendesse.

Vários líderes do Grande Bom Jardim pegaram o microfone para manifestar a sua indignação com a postura adotada pela HABITAFOR, pois já marcaram diversas reuniões, nas quais os moradores cedem seu espaço e seu tempo para terminarem sendo postos em segundo plano, já que a presidente não comparece. Falaram também sobre as condições sub-humanas em que vivem, relatando casos extremamente insalubres (como banhos em uma lagoa com cobras e ratos), e dizendo que o problema está explícito em suas ruas, que é óbvio que necessitam de mais infra-estrutura, pois, atualmente, vivem como porcos, não como seres humanos.

Em um determinado momento, a Fran - outra das ativas líderes da área - pediu o microfone, dispensou os funcionários da HABITAFOR, lhes pedindo para se retirar, e os moradores começaram a combinar uma manifestação em frente ao Paço Municipal, pois concluíram que não conseguiriam nada com a HABITAFOR, e que não poderiam desanimar, teriam que fazer pressão para ter seus desejos e necessidades ouvidos. A ação ocorrerá na quinta-feira, dia 24 de abril, às 12h.

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