janeiro 11, 2013

Estação "Rodoviária" do VLT

Por Marisa Serejo Girão


No exercício proposto para o treinamento no uso do ArcGIS, os bolsistas do ArqPET iriam mapear dados para analisar impactos urbanísticos causados pelas implantações das estações do VLT e disponibilizar esses mapas e análises aqui no blog, além de produzir um polígono correspondente à estação para ser visualizado no Google Earth (confira aqui). Fiquei responsável pela análise da estação “Rodoviária”, que fica próxima à Avenida Borges de Melo e, para isso, utilizei dados fornecidos pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, pelo censo IBGE 2010 e pelo EIA/RIMA VLT 2011.



A primeira análise foi acerca do nível de escolaridade das pessoas atingidas pelas obras, considerando tanto aquelas previstas para serem removidas como as pessoas que vivem nas proximidades. Para isso foram utilizados dados do censo IBGE 2010 divididos por setores censitários. Relacionou-se o número de pessoas alfabetizadas com mais de 5 anos de idade com o número de moradores em domicílios particulares e domicílios coletivos, obtendo-se a porcentagem de alfabetizados por setor censitário. Como podemos ver no mapa de escolaridade, a estação se localizará em uma região em que as menores médias de escolaridade são bastante razoáveis e estão entre 67,6% e 81,2% sendo as maiores porcentagens acima de 98%. Para efeito de comparação, a média de Fortaleza é de 91,64%.




A segunda análise foi sobre a quantidade total de moradores de acordo com a tipologia dos domicílios. O IBGE classifica as tipologias de domicílios em três categorias: casas, apartamentos e casas de vila ou condomínio. Pelo mapa, pode-se verificar que, no exato local de implantação da estação, há uma clara predominância de casas, o que já era previsível, pois há uma comunidade de baixa renda à beira dos trilhos, porém, nas adjacências, a quantidade de pessoas que vivem em apartamentos ou condomínios supera a de pessoas que moram em casas. Outro aspecto que chama atenção é a existência de uma grande concentração de moradores em apartamentos logo a sul da estação. Esta área corresponde a um conjunto habitacional construído para relocar moradores de outra comunidade informal, a Lagoa do Opaia. Essa área apresenta as menores taxas de alfabetização da região estudada. Levando-se em consideração as remoções que acontecerão para a execução do projeto do VLT, haverá muito menos moradores de casas servidos pela estação, já que uma grande parcela dessas pessoas, que provavelmente utilizariam a estação, sofrerá com as remoções e não serão realocadas nas proximidades.


           


O terceiro mapa mostra a hierarquia viária da região de implantação da estação. Utilizando-se como apoio um raio de caminhabilidade de 500m, pode-se inferir que o acesso à estação é bastante satisfatório, já que esta se localiza próxima às Avenidas Borges de Melo, Eduardo Girão e Aguanambi, que são vias de intenso fluxo. Além disso, cerca de 40 linhas de ônibus servem o raio de 500m e existe ainda, nesse limite, o Terminal Rodoviário Engenheiro João Tomé, o que poderá contribuir com um acesso mais abrangente por meio de transporte coletivo.










Com a execução desse exercício, além de treinar com a ferramenta de geoprocessamento, foi possível fazer análises bastante significativas e, certamente, poder-se-ia concluir outras diversas informações por meio da utilização de dados estatísticos trabalhados no ArcGIS, o que mostra o grande potencial do programa na geração e disponibilização de informações.

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